UMA INTRODUÇÃO ÀS DOUTRINAS BÁSICAS DA FÉ CRISTÃ
FAMÍLIA NO PRINCÍPIO
DA CRIAÇÃO E NOS DIAS ATUAIS
Mateus
19.1-11
I - O MODELO BÍBLICO DE FAMÍLIA
Sendo
o ser humano obra da criação divina e o casamento uma instituição criada pelo
Eterno Deus, devemos recorrer às Escrituras como “Manual do Criador” para
entendermos o que Ele instituiu desde o princípio, como necessário, para que
haja um bom funcionamento na família. Somente haverá a verdadeira paz,
felicidade e prosperidade nas famílias que permanecerem dentro dos parâmetros
divinos (Sl 1.1-3).
Foi
Deus quem decidiu criar a família, e ela foi formada para ser um centro de
comunhão e cooperação entre os cônjuges, um meio pelo qual as bênçãos divinas
fluiriam e se espalhariam sobre a terra. Deus não criou o homem para viver só,
sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que é e tudo o que recebeu de
Deus.[1]
O casamento é uma dádiva de Deus. A Bíblia diz: “Quem
acha uma esposa encontra a felicidade: recebeu uma bênção de Deus, o Senhor”
(Pv 18.22 - NTLH). Deus coloca o casamento como prêmio para o homem; é assim
que deve ser o nosso lar: “um bem do Senhor”.
A Bíblia diz: “Eis o que tão somente achei:
Deus fez o homem reto, mas eles se meteram em muitos extravios” (Ec 7.29).
O homem após a entrada do pecado no mundo pode alterar os planos
que O Senhor tinha preparado para ele. Pode transformar o lar, um lugar que o
Senhor preparou para reinar o amor e ter paz, em um ambiente egoísta e de
guerra.
Muitas famílias, apesar de ser uma instituição divina,
lamentavelmente estão se desintegrando. Infelizmente, até mesmo na igreja tal
aspecto está sendo presenciado. A base religiosa que sustenta a sociedade tem
se corrompido rapidamente sob a influência secular insensata que se empenha em
ridicularizar o credo instituído por Deus desde o princípio (Gn 2.18).
A família foi criada por Deus para cumprir sua vontade e habitar
com Ele na glória eterna. A Bíblia diz: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás
salvo, tu e tua casa” (At 16.31).
Muitas pessoas não têm noção precisa da finalidade da família. Por
isso, essa instituição divina tem sido desvirtuada ao longo do tempo.
a.
Poligamia;
b. Divórcio;
c.
A
atitude das primeiras matriarcas hebreias.
2. O Senhor não
muda
É importante entendermos que Deus não muda, Ele é hoje o que era
ontem (Hb 13.7-9; 1.12; Sl 90.2; 90.4; 102.27; 102.28; Ml 3.6; Tg 1.17).
Apenas duas coisas não se
podem substituir - Deus e a família. Toda família que teme ao Senhor colhe os
frutos de sua obediência: um bom casamento e uma família ajustada.
II - FUNDAMENTOS
DA CONSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA
1. Macho e Fêmea
Na criação original da
formação da família, as “Escrituras Sagradas” nos informam que é imprescindível
a união, ou o casamento de um macho e uma fêmea, qualidades imprescindíveis
para satisfazer as exigências do Criador (Mc 10.6; Gn 1.27).
O “Manual do Criador” não poderia ser omisso quanto ao que o
Criador pretendia com a formação do primeiro casal edênico e sua descendência.
2. Homem e Mulher à Imagem de Deus (Gn 1.27;
2.24)
No relato de Gênesis 1.27 na
criação do homem, podemos observar a ação da Trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo. Deus fez o homem semelhante a Ele em alguns aspectos, como por exemplo:
a. Em natureza espiritual (Gl 6.1);
b. Em ter voz (Jo 4.26);
c. Na natureza relacional
(Gn 2.18);
d. Exercendo autoridade (Gn 1.28);
e. Na pureza de caráter (Tt 1.15; Fl 4:8).
Podemos pensar que o termo “caráter”
signifique qualidades como honestidade, coragem e paciência. Porém, “caráter é
a expressão exterior do que uma pessoa é no interior”.[2] O que escolhemos ou a maneira como tratamos
as outras pessoas, e nossa reação às circunstâncias, são estabelecidas pelo que
temos em nosso interior.
f. Em
retidão, justiça e santidade: Com tais atributos, o homem
seria capaz de ser pai de uma raça digna de comunhão com Deus em um mundo
feliz, sem os tormentos que afligem hodiernamente a família e a sociedade.
3. Propósito Divino (Gn 1.28)
Entendemos,
através do texto citado acima, que Deus tem interesse na perpetuação da espécie
humana. Assim sendo, contrariar essas e outras determinações, é contrariar a
vontade divina para o homem nesta terra. John M. Drescher em seu livro, "Se eu começasse minha família de
novo", cita oito itens que mudaria, se lhe fosse dada essa oportunidade de
novo:
1. Eu amaria mais minha esposa, mostrando na prática o amor de Deus.
2. Eu
me divertiria mais com meus filhos.
3. Eu
seria um ouvinte mais atento.
4. Eu
procuraria ter mais comunhão.
5. Eu
animaria mais minha esposa e filhos.
6. Eu
daria mais atenção a pequenas coisas.
7. Eu
procuraria desenvolver sentimentos de posse. “Eu pertenço a esta família”.
8. Eu
procuraria falar de Deus de modo mais íntimo e informal a meus filhos.
III - ESCALA DE VALORES PARA O CRISTÃO
1. DEUS (Dt 6.5; Mc
12.30)
Para
que uma família possa ser bem ordenada e capaz de obedecer a um comando, é
preciso que seja capaz de perceber a existência de Deus, com nitidez, naqueles
que a comandam.
Quando
Cristo se faz presente quotidianamente na vida de cada cônjuge é evidente que a
Sua presença será notória, através da convivência do casal. Deus será louvado,
transformando-se em glória familiar, o que podemos parafrasear com as palavras
do apóstolo; “Cristo em vós, esperança da glória” conjugal (Cl 1.27).
2. FAMÍLIA (LAR)
A família é a organização mais importante da sociedade humana. Sem
família organizada não haverá sociedade estável e duradoura.
2.1. Esposo
1. Amoroso (Ef 5.25, 28 e
33; Cl 3.19)
O amor do marido
para com sua mulher não deve ser apenas o resultado do compromisso assumido no
ato do casamento, porém mantido em todo o tempo e em quaisquer circunstâncias
(Ef 5.25). O amor não é a causa única da felicidade conjugal, mas a principal
(Pv 10.12). Por que amar sua esposa?
1º Porque
quem ama a sua esposa ama-se a si mesmo (Ef 5.28).
2º Porque
são os dois “uma só carne” (Ef 5.31).
3º Porque
ambos são membros do corpo de Cristo (Ef 5.30).
4º Porque
é uma união feita por Deus (Mt 19.6).
5º Porque a mulher amada se submete alegremente. À
medida em que a mulher se sente amada, ela se submete ao marido, como
recompensa desse amor. Em todos os sentidos, o amor constrange. A esposa deve
estar presa ao marido não pelo temor ou pelas ameaças, mas pelo amor e pela
gentileza (2 Co 5.14).
A
maior ilusão que muitos cônjuges alimentam é acreditar que seu amor é coisa
adquirida para sempre. Podemos definir o amor como sendo frágil. Não há amor
conjugal que não seja frágil. Alguns cônjuges pensam: amamo-nos no dia de hoje,
logo, amar-nos-emos amanhã! Esta conclusão precoce, acreditando que o passado
garante o futuro é falsa. O amor não pode ser imposto aos cônjuges: são eles
que devem impor-se ao amor.
2. Tranquilizador
A esposa precisa ser amada e tratada com carinho. Ela é
sensível aos motivos. O esposo deve não apenas conquistar o amor da esposa, mas
alimentá-lo através de gestos carinhosos. Ele deve reconfirmar o seu amor
constantemente e reforçar a sua fidelidade com ações (Ef 5.25).
3. Companheiro
A
primeira função da família é o companheirismo. Quando Deus criou os animais,
cada espécie tinha sua companheira. E Deus viu que o homem estava só. Então,
disse Deus: “...Não é bom que o homem esteja só...” (Gn 2.18).
4. Mantenedor
O esposo deve providenciar não somente as necessidades
materiais, mas também tudo que incluir o “viver no Reino”. É expressão de amor
do marido para com sua mulher, prover o que é necessário para o seu bem estar
do espírito, alma e corpo (1 Tm 5.8; Ef 5.29).
5. Protetor do Lar
ü Proteção Física:
É claro que a
vida e a saúde da mulher, como de qualquer pessoa, depende de Deus, o autor da
vida. De outras maneiras, porém, depende também do trato do marido,
especialmente assegurando à esposa um ambiente de paz, tranquilidade e alegria.
Estes são fatores de vida, saúde e até de beleza (Pv 15.13).
ü
Proteção Moral:
A proteção moral
que o marido deve à sua esposa, vai desde o encorajamento que ele lhe
proporciona, até os modos de defender a sua honra. Isto pode consistir em
ocultar as suas faltas e destacar as suas virtudes (Tg 4.11; Lc 6.45 Mt 12.34).
ü Proteção
Espiritual:
O
ambiente mais seguro para a família, particularmente para a esposa, é o
constituído dos próprios familiares, no convívio cristão do lar. O esposo deve
confortar a esposa quando o Espírito Santo dirigir e não somente quando sentir
vontade. Deve, também, ministrar a ela, usando a Palavra (1 Pe 1.7). Ele não
deve querer transformá-la à sua imagem, mas regozijar-se na sua singularidade e
beleza.
6. Líder
A
responsabilidade final de liderança está sobre o marido. Ele deve exercitar
essa autoridade em amor, pois trará estabilidade à família (Ef 5.23). Como
líder, deve ser firme nas posições tomadas, a despeito das circunstâncias. Ele
deve resistir ao inimigo e não à família. Deve, porém, receber o conselho e a
sabedoria de sua esposa (1 Co 11.3).
a.
O Pai/Marido - Modelo Masculino para os Filhos:
Na maneira de se comportar, vestir,
falar, agir, como também é modelo para o futuro líder que será seu filho. No
entanto, todas estas atribuições do pai, devem ser aplicadas, respeitando a
faixa etária do filho.
b.
O Pai/Marido - Modelo Afetivo para os Filhos:
Quando
o esposo ama e demonstra seu amor à esposa, abraçando-a diante dos filhos, bem
como tratando-a com carinho, amizade e compreensão, isto proporcionará paz e
alegria no lar, e servirá de parâmetro para as famílias que seus filhos um dia
constituirão.
7. Intercessor
A
oração (1 Tm 2.8) é uma atribuição de todos os homens crentes. A oração na
família é a atribuição do cabeça da casa. Toda desarmonia decorrente da falta
de considerações para com a esposa, pode constituir um verdadeiro obstáculo
para que o homem possa proferir desimpedidamente as suas orações (1 Pd 3.7; Tg
5.16; 2 Co 1.4; 1 Co 12.25,26; Hb 7.25).
8. Centro da Vontade do Espírito Santo
Num
relacionamento, todas as vezes que exigimos uma mudança no outro, a pressão
resultante pode criar exatamente o oposto daquilo que desejamos alcançar. A
única maneira de trazermos o poder para mudar a vida de nosso cônjuge, é
através de oração intercessória a favor dele, para que Deus o leve a fazer
exatamente o que Ele quer (Rm 12.2).
9. Guerreiro
Tome
uma posição firme contra o pecado. Odeie o pecado. Mantenha a família em
sintonia com o Senhor; aponte as áreas que necessitam correção. Use a exortação
misturada com amor e encorajamento, sempre edificando com palavras (Rm 15.14).
[1] BENTHO, Esdras
Costa. A Família no Antigo Testamento.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 24.
[2] CRAWFOR-LORITTS, Karen. Construindo o caráter do seu filho. São Paulo: Imprensa da fé,
2004. p. 18.
Palestrante: Pr. Joel Montanha - 8426-6646 joelmontanha@hotmail.com
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