terça-feira, 22 de maio de 2012

CULTO DE EDIFICAÇÃO CRISTÃ Nº 19 22/05/2012





UMA INTRODUÇÃO ÀS DOUTRINAS BÁSICAS DA FÉ CRISTÃ

FAMÍLIA NO PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO E NOS DIAS ATUAIS

Mateus 19.1-11


I -     O MODELO BÍBLICO DE FAMÍLIA


Sendo o ser humano obra da criação divina e o casamento uma instituição criada pelo Eterno Deus, devemos recorrer às Escrituras como “Manual do Criador” para entendermos o que Ele instituiu desde o princípio, como necessário, para que haja um bom funcionamento na família. Somente haverá a verdadeira paz, felicidade e prosperidade nas famílias que permanecerem dentro dos parâmetros divinos (Sl 1.1-3).


Foi Deus quem decidiu criar a família, e ela foi formada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges, um meio pelo qual as bênçãos divinas fluiriam e se espalhariam sobre a terra. Deus não criou o homem para viver só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que é e tudo o que recebeu de Deus.[1]


O casamento é uma dádiva de Deus. A Bíblia diz: “Quem acha uma esposa encontra a felicidade: recebeu uma bênção de Deus, o Senhor” (Pv 18.22 - NTLH). Deus coloca o casamento como prêmio para o homem; é assim que deve ser o nosso lar: “um bem do Senhor”.



1.   A intervenção do homem


A Bíblia diz: “Eis o que tão somente achei: Deus fez o homem reto, mas eles se meteram em muitos extravios” (Ec 7.29).


O homem após a entrada do pecado no mundo pode alterar os planos que O Senhor tinha preparado para ele. Pode transformar o lar, um lugar que o Senhor preparou para reinar o amor e ter paz, em um ambiente egoísta e de guerra.


Muitas famílias, apesar de ser uma instituição divina, lamentavelmente estão se desintegrando. Infelizmente, até mesmo na igreja tal aspecto está sendo presenciado. A base religiosa que sustenta a sociedade tem se corrompido rapidamente sob a influência secular insensata que se empenha em ridicularizar o credo instituído por Deus desde o princípio (Gn 2.18).


A família foi criada por Deus para cumprir sua vontade e habitar com Ele na glória eterna. A Bíblia diz: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31).


Muitas pessoas não têm noção precisa da finalidade da família. Por isso, essa instituição divina tem sido desvirtuada ao longo do tempo.


a.     Poligamia;


b.     Divórcio;


c.     A atitude das primeiras matriarcas hebreias.





2.   O Senhor não muda


É importante entendermos que Deus não muda, Ele é hoje o que era ontem (Hb 13.7-9; 1.12; Sl 90.2; 90.4; 102.27; 102.28; Ml 3.6; Tg 1.17).




Apenas duas coisas não se podem substituir - Deus e a família. Toda família que teme ao Senhor colhe os frutos de sua obediência: um bom casamento e uma família ajustada.



II -    FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA



1.   Macho e Fêmea          


Na criação original da formação da família, as “Escrituras Sagradas” nos informam que é imprescindível a união, ou o casamento de um macho e uma fêmea, qualidades imprescindíveis para satisfazer as exigências do Criador (Mc 10.6; Gn 1.27).


O “Manual do Criador” não poderia ser omisso quanto ao que o Criador pretendia com a formação do primeiro casal edênico e sua descendência.


2.   Homem e Mulher à Imagem de Deus (Gn 1.27; 2.24)


No relato de Gênesis 1.27 na criação do homem, podemos observar a ação da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Deus fez o homem semelhante a Ele em alguns aspectos, como por exemplo:


a.   Em natureza espiritual  (Gl 6.1);


b.   Em ter voz (Jo 4.26);


c.   Na natureza relacional (Gn 2.18);


d.   Exercendo autoridade (Gn 1.28);


e.   Na pureza de caráter (Tt 1.15; Fl 4:8).


      Podemos pensar que o termo “caráter” signifique qualidades como honestidade, coragem e paciência. Porém, “caráter é a expressão exterior do que uma pessoa é no interior”.[2] O que escolhemos ou a maneira como tratamos as outras pessoas, e nossa reação às circunstâncias, são estabelecidas pelo que temos em nosso interior.


f.    Em retidão, justiça e santidade: Com tais atributos, o homem seria capaz de ser pai de uma raça digna de comunhão com Deus em um mundo feliz, sem os tormentos que afligem hodiernamente a família e a sociedade.




3.   Propósito Divino (Gn 1.28)


Entendemos, através do texto citado acima, que Deus tem interesse na perpetuação da espécie humana. Assim sendo, contrariar essas e outras determinações, é contrariar a vontade divina para o homem nesta terra. John M. Drescher em seu livro, "Se eu começasse minha família de novo", cita oito itens que mudaria, se lhe fosse dada essa oportunidade de novo:


             1.  Eu amaria mais minha esposa, mostrando na prática o amor de Deus.


             2.  Eu me divertiria mais com meus filhos.


             3.  Eu seria um ouvinte mais atento.


             4.  Eu procuraria ter mais comunhão.


             5.  Eu animaria mais minha esposa e filhos.


             6.  Eu daria mais atenção a pequenas coisas.


             7.  Eu procuraria desenvolver sentimentos de posse. “Eu pertenço a esta família”.


             8.  Eu procuraria falar de Deus de modo mais íntimo e informal a meus filhos.
     


III -  ESCALA DE VALORES PARA O CRISTÃO


1.      DEUS  (Dt 6.5; Mc 12.30)


Para que uma família possa ser bem ordenada e capaz de obedecer a um comando, é preciso que seja capaz de perceber a existência de Deus, com nitidez, naqueles que a comandam.


Quando Cristo se faz presente quotidianamente na vida de cada cônjuge é evidente que a Sua presença será notória, através da convivência do casal. Deus será louvado, transformando-se em glória familiar, o que podemos parafrasear com as palavras do apóstolo; “Cristo em vós, esperança da glória” conjugal (Cl 1.27).


2.      FAMÍLIA (LAR)


A família é a organização mais importante da sociedade humana. Sem família organizada não haverá sociedade estável e duradoura.


2.1.   Esposo


1.   Amoroso (Ef 5.25, 28 e 33; Cl 3.19)


O amor do marido para com sua mulher não deve ser apenas o resultado do compromisso assumido no ato do casamento, porém mantido em todo o tempo e em quaisquer circunstâncias (Ef 5.25). O amor não é a causa única da felicidade conjugal, mas a principal (Pv 10.12). Por que amar sua esposa?


Porque quem ama a sua esposa ama-se a si mesmo (Ef 5.28).


Porque são os dois “uma só carne” (Ef 5.31).


Porque ambos são membros do corpo de Cristo (Ef 5.30).


Porque é uma união feita por Deus (Mt 19.6).


Porque a mulher amada se submete alegremente. À medida em que a mulher se sente amada, ela se submete ao marido, como recompensa desse amor. Em todos os sentidos, o amor constrange. A esposa deve estar presa ao marido não pelo temor ou pelas ameaças, mas pelo amor e pela gentileza (2 Co 5.14).


A maior ilusão que muitos cônjuges alimentam é acreditar que seu amor é coisa adquirida para sempre. Podemos definir o amor como sendo frágil. Não há amor conjugal que não seja frágil. Alguns cônjuges pensam: amamo-nos no dia de hoje, logo, amar-nos-emos amanhã! Esta conclusão precoce, acreditando que o passado garante o futuro é falsa. O amor não pode ser imposto aos cônjuges: são eles que devem impor-se ao amor.


2.  Tranquilizador


A esposa precisa ser amada e tratada com carinho. Ela é sensível aos motivos. O esposo deve não apenas conquistar o amor da esposa, mas alimentá-lo através de gestos carinhosos. Ele deve reconfirmar o seu amor constantemente e reforçar a sua fidelidade com ações (Ef 5.25).


3.  Companheiro


A primeira função da família é o companheirismo. Quando Deus criou os animais, cada espécie tinha sua companheira. E Deus viu que o homem estava só. Então, disse Deus: “...Não é bom que o homem esteja só...” (Gn 2.18).


4.  Mantenedor


O esposo deve providenciar não somente as necessidades materiais, mas também tudo que incluir o “viver no Reino”. É expressão de amor do marido para com sua mulher, prover o que é necessário para o seu bem estar do espírito, alma e corpo (1 Tm 5.8; Ef 5.29).




5.  Protetor do Lar


ü Proteção Física:


É claro que a vida e a saúde da mulher, como de qualquer pessoa, depende de Deus, o autor da vida. De outras maneiras, porém, depende também do trato do marido, especialmente assegurando à esposa um ambiente de paz, tranquilidade e alegria. Estes são fatores de vida, saúde e até de beleza (Pv 15.13).


ü Proteção Moral:


A proteção moral que o marido deve à sua esposa, vai desde o encorajamento que ele lhe proporciona, até os modos de defender a sua honra. Isto pode consistir em ocultar as suas faltas e destacar as suas virtudes (Tg 4.11; Lc 6.45 Mt 12.34).


ü Proteção Espiritual:


O ambiente mais seguro para a família, particularmente para a esposa, é o constituído dos próprios familiares, no convívio cristão do lar. O esposo deve confortar a esposa quando o Espírito Santo dirigir e não somente quando sentir vontade. Deve, também, ministrar a ela, usando a Palavra (1 Pe 1.7). Ele não deve querer transformá-la à sua imagem, mas regozijar-se na sua singularidade e beleza.


6.  Líder


A responsabilidade final de liderança está sobre o marido. Ele deve exercitar essa autoridade em amor, pois trará estabilidade à família (Ef 5.23). Como líder, deve ser firme nas posições tomadas, a despeito das circunstâncias. Ele deve resistir ao inimigo e não à família. Deve, porém, receber o conselho e a sabedoria de sua esposa (1 Co 11.3).


a.     O Pai/Marido - Modelo Masculino para os Filhos:


Na maneira de se comportar, vestir, falar, agir, como também é modelo para o futuro líder que será seu filho. No entanto, todas estas atribuições do pai, devem ser aplicadas, respeitando a faixa etária do filho.


b.     O Pai/Marido - Modelo Afetivo para os Filhos:


Quando o esposo ama e demonstra seu amor à esposa, abraçando-a diante dos filhos, bem como tratando-a com carinho, amizade e compreensão, isto proporcionará paz e alegria no lar, e servirá de parâmetro para as famílias que seus filhos um dia constituirão.


7.  Intercessor


A oração (1 Tm 2.8) é uma atribuição de todos os homens crentes. A oração na família é a atribuição do cabeça da casa. Toda desarmonia decorrente da falta de considerações para com a esposa, pode constituir um verdadeiro obstáculo para que o homem possa proferir desimpedidamente as suas orações (1 Pd 3.7; Tg 5.16; 2 Co 1.4; 1 Co 12.25,26; Hb 7.25).


8.  Centro da Vontade do Espírito Santo


Num relacionamento, todas as vezes que exigimos uma mudança no outro, a pressão resultante pode criar exatamente o oposto daquilo que desejamos alcançar. A única maneira de trazermos o poder para mudar a vida de nosso cônjuge, é através de oração intercessória a favor dele, para que Deus o leve a fazer exatamente o que Ele quer (Rm 12.2).


9.  Guerreiro


Tome uma posição firme contra o pecado. Odeie o pecado. Mantenha a família em sintonia com o Senhor; aponte as áreas que necessitam correção. Use a exortação misturada com amor e encorajamento, sempre edificando com palavras (Rm 15.14).            





[1] BENTHO, Esdras Costa. A Família no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 24.
[2]     CRAWFOR-LORITTS, Karen. Construindo o caráter do seu filho. São Paulo: Imprensa da fé, 2004. p. 18.




Palestrante: Pr. Joel Montanha -  8426-6646 joelmontanha@hotmail.com

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