UMA INTRODUÇÃO ÀS DOUTRINAS BÁSICAS DA FÉ CRISTÃ
FAMÍLIA NO PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO E NOS DIAS ATUAIS
Mateus 19.1-11
2.2. Esposa
1. Apoiadora
Os maridos necessitam ser respeitados e
honrados (Ef 5.22-24). Deus deu ao homem o desejo de conquistar. Quando a
esposa o apoia, ele sente-se mais disposto a enfrentar desafios. A crítica destrutiva
o impede de agir com ousadia. Fica mais fácil para o marido aceitar a sua
"masculinidade", quando a esposa entende e aceita a sua
"feminilidade". E isto não se aplica apenas à senxualidade, mas em
todas as outras áreas. Ao respeitar a autoridade que Deus deu ao seu esposo, a
esposa deve: a. Apoiá-lo nas decisões; b. Não tomar partido com os filhos
contra ele. A esposa precisa dizer: “- O que você fez foi muito bom”, “- Belo
trabalho”.
2. Submissa
A mulher não deve pensar que a sua conversão
a Cristo isenta-a do dever de submissão ao marido, pelo fato deste não ser
crente. A submissão, a bondade, o amor e o respeito, são deveres cristãos da
mulher para com o seu esposo, seja ele crente ou não (1 Pe 3.1,2). A submissão
ao marido, particularmente da mulher cristã, não deve ser por temor ou força,
mas de boa vontade em obediência ao preceito divino.
3. Auxiliadora
A palavra hebraica para “auxiliadora” é “circundar”
(Pv 31.10-12). Ser auxiliadora não é ter um papel secundário, mas vital, no
lar.
4. Companheira
A esposa deve ser companheira do esposo. Seu
primeiro ministério deve visar seu esposo (Gn 3.12). Por isso: a. Não deve
negligenciá-lo; b. Deve assegurar-se de que sabe qual é a vontade de Deus antes
de assumir qualquer outro ministério; c. Deve submeter-se aos seus desejos
físicos e emoções ao controle do Espírito Santo (1 Co 7.3-5); d. Deve honrá-lo
e respeitá-lo.
5. Talentosa
Cada mulher tem talentos e dons singulares. Não se compare (a mulher)
com outras mulheres, mas permita que Deus desenvolva aquilo que lhe é singular.
Você reflete um aspecto específico da personalidade de Deus e o ministério que
flui de você refletirá isto também. Seus dons e talentos devem completar os de
seu marido e os do seu marido os seus.
6. Virtuosa
A administração santa e habilidosa
aumentará e multiplicará aquilo que o marido providenciou. Toda esposa deve
procurar servir a Deus, a sua família e ao próximo, conforme os talentos e
recursos materiais que Deus lhe deu (Pv 31.13-27). Seguindo a orientação do
Espírito Santo, deve investir sabiamente aquilo que foi economizado para
produzir mais ainda. Para conhecer o plano de Deus, é necessário separar tempo,
diariamente, para a leitura das Escrituras Sagradas e para oração. A
prosperidade vem através da busca da face do Senhor e do conhecimento dEle.
7. Intercessora
A intercessão da esposa pelo seu marido
e pela família lhe dará a certeza de que a mão de Deus está operando em suas
vidas (Ef 6.18). A esposa é a principal intercessora diante de Deus pelo seu
marido. Deve exercer autoridade sobre o inimigo, em nome de Jesus, e estar
alerta aos ataques do inimigo. Deve pedir ao Espírito Santo que desenvolva o
discernimento de espíritos e que lhe revista de sabedoria. Deve extrair força
da palavra, pois as palavras carregam o poder de vida e morte. Use as palavras
para alimentar e nunca para destruir (Pv 18.21,22).
2.3. Filhos (Sl 127.3; Ef 6.4).
1. Espiritualidade:
Martin N. Dreher
afirma que a “espiritualidade brota da conversa com Deus, do diálogo com outras
pessoas que estão nesta busca, e da observação da espiritualidade alheia”.[1]
Russel Shedd define espiritualidade como “a busca e a própria experiência da
comunhão com Deus. Inclui a expressão dessa convivência a partir de práticas
que agradam ao Criador”.[2] E
Joel S. Goldsmith diz que “ninguém estará totalmente completo enquanto não se
sentir à vontade em Deus”.[3]
2. Ter
um conceito verdadeiro de Deus:
Desde a mais tenra
idade, a criança deve saber que a Bíblia é a Palavra de Deus; e nela Deus Se
deu a conhecer ao ser humano a fim de direcioná-lo ao objetivo central a que
foi criado: conhecê-Lo, amá-Lo e adorá-Lo (Is 43.7; Sl 22.22; 149.6).[4] O
Deus das Escrituras é um Ser pessoal. O apóstolo Tiago escreve: “chegai-vos a
Deus e ele se chegará a vós outros” (Tg 4.8a). Davi diz: “perto está o Senhor
de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade” (Sl 145.18).
3. Compreender a natureza do mal:
Deus não é o autor do pecado, nem direta
nem indiretamente. Muito antes de o ser humano ser formado do pó da terra, o
pecado já existia através da rebelião de Satanás (Ez 28.11-19). O fato de Deus
saber, por Sua onisciência, que o pecado entraria no mundo, não O faz responsável
pela origem do pecado. Verdadeiramente, Deus abomina e odeia o pecado e o mal
(Dt 25.16; Sl 5.4-6). O pecado é uma ofensa direta contra Deus (Sl 51.4). A
maior prova de que Deus odeia o mal reside no fato de providenciar Cristo para
libertar o ser humano do pecado (Rm
6.23).
4. Conhecer e receber
o plano de salvação de Deus:
Tanto o Deus Pai, quanto o Deus Filho e
o Deus Espírito Santo, estão envolvidos no
processo salvífico do ser humano (Jo 3.16). O primeiro campo fértil para o
anúncio do Evangelho é o nosso lar, a nossa família. Bem no início da vida, a
“casa” - alma da criança - ainda não foi manchada nem danificada. É nesse campo que Jesus deve ser introduzido, antes
que as obras da carne - prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria,
inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas,
homicídio, bebedice e glutonarias (Gl 5.19-21) - encontrem um terreno fértil em
sua vida (Ml 2.15).
5. Aprender a fazer
uso dos meios da graça:
É importante lembrarmos que o chamado
para apropriação da salvação é mediante a graça, e que somente a graça de Deus
no coração de cada ser humano pode mudar a vida permanentemente em qualquer
época e em qualquer idade (Ef 2.8).
No processo
salvífico, existem termos que são de difícil compreensão à criança, como “amor
de Deus”, “graça”, “justificação”, “fé”, “arrependimento”, “regeneração” e
“perdão”. “As crianças raciocinam mal, mas sentem bem”,[5]
disse Dostoievsky. Por isso, se convertem facilmente quando seu sentimento é
tocado pelo incomparável amor do Senhor Jesus Cristo.
6. Conhecer o seu
próprio valor aos olhos de Deus:
O ser humano
é distinguido como uma nova ordem na criação e aferido como coroa de todos os
seres criados. A ele é entregue o domínio sobre a vida selvática, doméstica,
vegetal, etc. (Gn 1.26; Sl 8.4-5).
A criança
forma a imagem de si mesma através das imagens que a ela forem projetadas; se
valorizada, ela terá uma boa auto-estima.[6]
Simone Engbrecht diz que a aquisição da auto-estima - amor próprio - valor fundamental para a identidade
individual, requer uma construção em bases sólidas.[7] A
auto-estima vai sendo formada desde o momento em que o ser humano nasce e é uma
noção que o acompanha durante toda a sua vida. Nosso amor próprio depende de
outros dois fatores: que o eu seja investido por outrem e que realize seu
ideal.[8]
7. Reconhecer a
importância de sua liberdade de escolha:
Chafer considera
que nenhuma vontade humana é livre em sentido absoluto, pois sobre os não
regenerados, Satanás está operando neles, ou dando-lhes energia (Ef 2.2),
enquanto que dos regenerados, Deus lhes dá energia para o querer realizar,
segundo a sua boa vontade (Fp 2.13).[9]
Embora nenhum ser
humano possa vir a Cristo, a menos que Deus se achegue a ele, Deus se achegou a
nós na cruz (Jo 12.34). O mandamento de Deus é: “notifica aos homens que todos
em toda parte se arrependam” (At 17.30).[10]
Levar a criança a escolher confiar em Cristo é uma decisão certa. Quando se faz
parte desta débil tentativa, Deus vem ao encontro. Então, o divino e o humano
se encontram, havendo, como resultado, verdadeira outorga da alma aos cuidados
de Cristo
(Tg 4.8).
8. Ensinem em casa e fora de casa, quando
se deitarem e quando se levantarem:
Os
pais cristãos precisam separar tempo para identificar e impedir o poder e a
influência dos inimigos espirituais de seus filhos. Uma criança bem formada e
respeitada em sua faixa etária
provavelmente será um adulto com vida plena e próspera tanto material como
espiritualmente.[11]
Uma infância saudável e segura facilitará o adulto lidar melhor com suas
experiências difíceis (Dt 6.7). Como exemplo
de vida e conduta cristã os pais devem se importar mais com a salvação dos
filhos do que com seu emprego, profissão, trabalho na igreja ou posição social
(Sl 127.3).
3. PERDÃO
A falta de
perdão bloqueia as promessas de Deus (Mt 5.23,24; Mc 11.25). O perdão dentro do casamento é relativamente fácil, mas
torna-se difícil, se o outro cônjuge se recusar a mudar. Mas Jesus foi muito
claro sobre a necessidade de perdoar sempre (Mt 18.21,22). Nenhum casamento é
perfeito, porque somos humanos e falhamos.
4. TRABALHO
As “Escrituras
Sagradas” nos mostram não só a importância do lar, mas também as implicações
que o casamento cria para o homem e os cuidados a serem tomados (1 Ts
3.10; 2 Ts 3.11; Ef 4.28). Quando a família
vai bem, o trabalho se desenvolverá a contento, inclusive o trabalho
eclesiástico.
5. IGREJA
1. Escola Bíblica Dominical. Procurar manter
interesse na Palavra e adoração.
3. O papel de retiros e acampamentos.
4. Criar um ambiente feliz
e positivo - não legalista.
As Sagradas Escrituras falam do crescimento de
Jesus: “e crescia Jesus em sabedoria (crescimento
mental, intelectual), estatura (crescimento
físico) e graça (crescimento
espiritual), diante de Deus e dos homens (Social)” (Lc 2.52).
6. LAZER
É
indispensável para o entrosamento da família e o desenvolvimento sadio dos
filhos com amizade fraterna.
IV. COMPORTAMENTO CRISTÃO PERANTE O SEXO
O sexo é um dom que nem todos possuem, apesar de todos sermos sexuados
(1 Co 7.7). O cristão deve viver uma vida equilibrada em relação ao sexo e
repudiar a cobiça. A santidade atinge uma compreensão e prática
bíblica nas nossas relações, inclusive na sexualidade.
É plano de Deus que o casal viva
uma vida sexual abundante, gratificante e ajustada, mas dentro dos limites que
a Palavra de Deus estabelece (Pv 5.18,19).
A Bíblia é o único manual do crente, até
mesmo nos assuntos do sexo. Não haverá ajustamento conjugal, enquanto não
houver um bom relacionamento afetivo-sexual. Marido e mulher são
responsabilizados a terem prazer em seus corpos (prazer recíproco) (1 Co 7.3). !
Coríntios 7.5 diz: “Não vos defraudeis (priveis) um do outro, a não ser:
ü Por mútuo
consentimento;
ü Por algum tempo;
ü Para vos aplicardes
à oração;
ü Para que Satanás não vos tente.
A Bíblia diz:. “Ora, um e
outro, o homem e sua mulher, estavam nus, e não se envergonhavam” (Gn 2.25). Uma
compreensão errada das Escrituras trouxe a ideia de errado ou vergonhoso do
sexo no casamento (Gn 2.18-25).
Para que se cumpra o
propósito divino através do ato sexual, é indispensável que haja um compromisso
total e uma entrega completa de um para o outro. Isto só é possível dentro do
casamento. O fato de duas pessoas se amarem, não lhes dá o direito de manterem
relações sexuais. A intimidade sexual contém certos riscos e pode acarretar
consequências para as quais somente o casamento oferece garantias e segurança
(Gn 2.24,25; 1
Co 7.2-5; 1 Ts 4.3-5; Hb 13.4).
[1] DREHER, Matin N. Conversando sobre
espiritualidade. São Leopoldo: Sinodal, 1992. p. 7
[2] SHEDD apud BOMILCAR, Nelson (Org.). O melhor da espiritualidade brasileira.
São Paulo: Mundo Cristão, 2005. p. 37.
[3] GOLDSMITH, Joel S. A arte da cura espiritual. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 12.
[4] PACKER, J. I. Revelação e Inspiração.
In: DOUGLAS, J. D.; SHEDD, Russell P. (Eds.). O novo dicionário da Bíblia. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1995. p. 27.
[5] ESCOLA PREPARATÓRIA DE OBREIROS SILOÉ
(EPOS). Evangelismo.
Joinville: Faculdade Teológica Refidim, 2007. Mod. I. p. 66.
[6] CRUZ, Elaine. Amor e disciplina para criar filhos felizes. Rio de Janeiro: CPAD,
2006. p. 25.
[7] ENGBRECHT, Simone. Aprendendo a lidar com a depressão. 3. ed. São Leopoldo: Sinodal,
2007. p. 9.
[8] ENGBRECHT,
2007, p. 9-10.
[9] CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. São
Paulo: IBRB, 1986. p. 479.
[10] LANGSTON, A. B. Esboço de teologia
sistemática. 9. ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1988. p. 204.
[11] CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo. v. 1.
São Paulo: Candeia. 2000. p. 2648.
Palestrante: Pr. Joel Montanha - 8426-6646 joelmontanha@hotmail.com
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